O Google está enfrentando um processo por uma empresa nos EUA por violação de patentes relacionadas à inteligência artificial (IA). Na terça-feira (9), a empresa foi processada em tribunal pelas alegações de um cientista da computação que busca uma indenização de US$ 1,67 bilhão pela violação.
O cientista da computação Joseph Bates, fundador da empresa Singular Computing e sediada em Massachusetts, afirma que o Google copiou sua tecnologia após várias reuniões onde discutiram suas ideias para resolver um problema central no desenvolvimento de IA.
No tribunal, o advogado da empresa de Bates, Kerry Timbers, afirmou que, entre 2010 e 2014, após compartilhar inovações em processamento computacional com o Google, a empresa gigante das buscas copiou sua tecnologia patenteada em vez de licenciá-la para desenvolver seus próprios chips com suporte à tecnologia, sem o conhecimento de Bates.
Segundo Timbers, as ideias de Bates foram incorporadas às Tensor Processing Units (TPUs) do Google, que sustentaram recursos de IA em mecanismos de busca, Gmail, Tradutor e outros serviços oferecidos pela Alphabet.
Google discutiu inovações compartilhadas pelo autor do processo: “as ideias poderiam ser ‘muito bem apropriadas’”
Embora o Google conteste as alegações feitas por Bates, e-mails internos mostram que as inovações compartilhadas foram discutidas com funcionários, incluindo o atual cientista-chefe da empresa, Jeff Dean, que considerou que elas poderiam ser “muito bem adequadas” para o que o Google estava desenvolvendo. Um funcionário da empresa chegou a mencionar que foram “muito corrompidos pelas ideias de Joe”.
“Este caso trata de algo que todos nós aprendemos há muito tempo: respeito pelos outros, não pegar o que não é seu e dar crédito onde o crédito é devido”, disse Timbers ao júri em sua declaração de abertura.
Em sua defesa, o representante da empresa de tecnologia Robert Van Nest argumentou que os funcionários do Google que projetaram os chips nunca tiveram conhecimento de Bates e os desenvolveram independentemente dos funcionários que o conheciam. “Os chips do Google são fundamentalmente diferentes, fundamentalmente diferentes, do que está descrito nas patentes da Singular”, disse Van Nest ao júri.
O Google lançou suas unidades de processamento em 2016 para impulsionar a IA utilizada em reconhecimento de fala, geração de conteúdo, recomendação de anúncios e outras funções. A Singular afirma que as versões 2 e 3 das unidades, lançadas em 2017 e 2018, violam seus direitos de patente.
Um tribunal de apelação em Washington também ouviu argumentos na terça-feira sobre a possibilidade de invalidar as patentes da Singular em um caso separado da apelação do Google ao Escritório de Marcas e Patentes dos EUA.
Via Reuters
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