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  • Apresentação no Museu de Arte Moderna leva realidade aumentada para as redondezas do Parque do Ibirapuera.

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    O Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo estendeu a exibição de realidade aumentada Realidades e Simulacros. A mostra, que estará disponível para o público até 28 de janeiro, não ocorre no museu físico, mas sim em várias áreas do Parque do Ibirapuera, onde o MAM está localizado.

    O objetivo da mostra é explorar a interação entre o virtual e o físico, permitindo que os visitantes percebam a realidade de uma maneira diferente e interajam com as dimensões de uma mesma experiência.

    Esta iniciativa é realizada pelo MAM, com patrocínio da 3M através da Lei de Incentivo à Cultura, apoio da Africa Creative e parceria com a Urbia.

    Com a curadoria de Marcus Bastos, artista e pesquisador na convergência entre audiovisual, arte e novas mídias, e de Cauê Alves, curador-chefe do MAM, a exposição apresenta obras inéditas de dez artistas que investigam as possibilidades de sobreposição entre o digital, o natural e o construído.

    Os artistas participantes da mostra são: Coletivo Coletores, Daniel Lima, Dudu Tsuda, Eder Santos, Fernando Velazquez, Giselle Beiguelman, Katia Maciel, Lucas Bambozzi, Regina Silveira e Paola Barreto. Cada um deles recebeu um convite para criar experiências digitais e obras virtuais em realidade aumentada.

    Exposição do MAM em São Paulo mistura obras digitais com experiência presencial

    O projeto de exposição digital foi desenvolvido a partir do conceito do cubo branco e inclui elementos que auxiliam na visita: a lente, que funciona como uma câmera para visualizar e fotografar as obras; o mapa, que mostra a localização das obras no Parque e ajuda o visitante a encontrar os pontos de visualização; o mapa, que mostra a localização das obras no Parque e ajuda o visitante a encontrá-las; e a ficha catalográfica, que contém resumos das obras, informações sobre os artistas e referências utilizadas na pesquisa e criação das obras.

    A produção de Realidades e Simulacros contou com a equipe técnica formada por Luís Felipe Abbud, do Estúdio Hiper-Real, responsável pelos modelos 3D e animações das obras; Bruno Favaretto e Renato de Almeida Prado, do http://Museu.io, que programaram a exposição; e Celso Longo e Daniel Trench, do cldt design, responsáveis pela identidade visual.

    Bruno Favareto e Renato de Almeida Prado explicam sobre a exposição digital: “buscamos uma estética minimalista que ajuda os visitantes a se movimentarem pelo Parque e a utilizarem a tecnologia, mas que ao mesmo tempo permite que a obra seja apreciada de forma isolada ou com o mínimo de informações desejadas”.

    Abaixo está a obra de Fernando Velázquez, que faz parte da exposição do MAM e apresenta uma experiência interativa da mostra Realidades e Simulacros.

    data:image/svg+xml,%3Csvg%20xmlns=Vista da obra de realidade virtual de Fernando Velázquez, parte da exposição Realidades e Simulacros do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). A foto mostra, ao fundo, o lago do Parque Ibirapuera e, à frente, uma mão segurando um smartphone que interage com o lago e mostra uma escultura em realidade aumentada na tela

    Vista da obra de Fernando Velázquez, no lago do Parque Ibirapuera, em São Paulo – Imagem: divulgação/Luís Felipe Abbud

    Ao chegar no Lago do Ibirapuera, o visitante pode se deparar com uma criatura composta por elementos orgânicos, vegetais e minerais. Chamada de Górgona 01 (2023), a obra do artista convida a refletir sobre a forma de viver em um planeta transformado por catástrofes. A aparição da criatura no Lago pode surpreender pela sua mistura quimérica e pelo seu aspecto futuro, levantando questões sobre o caminho que o antropoceno pode trilhar.

    Em outra parte do lago, próximo à Porta 9 do Ibirapuera, o artista Daniel Lima exibe uma réplica do navio usado por Pedro Álvares Cabral na invasão da América em 1500.

    Reconstruído pelo governo brasileiro em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil, mas não pôde participar do evento oficial em Porto Seguro no ano 2000 devido a erros de projeto e problemas técnicos. Com a Monumento à Colonização (2023), Lima provoca – não sem ironia – uma reflexão sobre um “monumento reverso” que revela a mentalidade colonizada e a falta de capacidade de projetar um futuro independente para o país.

    No Jardim de Esculturas, próximo ao MAM São Paulo, um disco voador paira sobre os visitantes. A obra Rasante (2023), de Regina Silveira, dialoga com o imaginário da ficção científica presente em filmes e quadrinhos, criando um disco voador que se relaciona com a arquitetura de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera.

    A sobreposição entre a realidade e a ficção traz à mente a combinação entre o rádio teatro e a notícia. Em 1938, uma transmissão de rádio do diretor de cinema americano Orson Welles provocou pânico ao dramatizar A Guerra dos Mundos, de Herbert George Wells. No século XXI, o trabalho de Regina Silveira tende a gerar fascínio ao invés de medo”, comentam os curadores da mostra.

    Sombras vagas sugerem uma caminhada por uma floresta de sons instalada em torno da Praça da Paz. Em RevoAR :: a Vida é uma Utopia (2023), Dudu Tsuda convida o visitante a usar fones de ouvido e entrar em uma paisagem sonora que mistura os sons da Mata Atlântica originalmente existente na região do Ibirapuera com sons de animais locais, espíritos da floresta e entidades fantásticas baseadas nas crenças dos povos indígenas brasileiros.

    Alinhada entre o MAM São Paulo, a Oca e o Pavilhão da Bienal de São Paulo, uma escultura digital do Coletivo Coletores reúne figuras que representam três povos: latinos, africanos e resistentes de outras partes do mundo. Monumento à Resistência dos Povos (2023) apresenta figuras brancas como mármore em posição defensiva e aborda a ideia de contra-monumentos ao questionar questões sobre a cidade, a memória e a violência diária sofrida pela população.

    Em Rádio Detín (2023), Paola Barreto traz imagens de um manto branco ao redor da Oca, que carrega sons gravados pela artista em uma viagem ao Benim. A obra convida os visitantes a interagir com as árvores do Ibirapuera através de uma experiência visual e sonora, oscilando entre o documentário e o poético. O percurso possibilita uma reflexão sobre uma ampla gama de significados da ancestralidade. A artista considera a natureza e as culturas anteriores ao colonialismo como vetores que permitem pensar em um tempo além da vida humana.

    Flutuando no Parque e refletindo seu ambiente, entre o MAM e o pavilhão da Bienal de São Paulo, a enorme Bolha (2023), de Katia Maciel, apresenta um caráter lúdico. Normalmente, as bolhas não duram muito tempo. Elas estouram quando a elasticidade formada pela combinação de detergente e água se rompe pela evaporação. Mas na obra A Bolha, esse momento é prolongado, parecendo que a explosão da bolha nunca ocorre. Metaforicamente, estourar a bolha também significa ampliar nossos horizontes, nos relacionarmos com diferentes realidades. A artista nos faz pensar que talvez a bolha na qual vivemos seja mais resistente do que imaginamos, pois o interior e o exterior da bolha, o simulacro e a realidade, permanecem.

    Lucas Bambozzi explora processos de reconhecimento de padrões através de Incerteza artificial (2023), uma obra criada por inteligência artificial que escaneia a área entre a Ponte Metálica, a Praça da Paz e seus arredores no Ibirapuera, nomeando os objetos encontrados. No entanto, para os algoritmos, as coisas nem sempre parecem ser o que realmente são. Nesse processo, os erros geram instabilidades devido aos limites da capacidade das máquinas em identificar seres e coisas.

    Em Brejo das delícias (2023), Giselle Beiguelman mergulha na história do Parque Ibirapuera através de uma pesquisa das espécies nativas que existiam antes de sua urbanização. Com base em estudos botânicos da flora paulistana, cerca de 50 espécies que originalmente habitavam a região alagadiça foram identificadas. Inspiradas em ilustrações botânicas, as criaturas apresentadas na obra foram criadas com inteligência artificial, fundindo as espécies originais em novas formas vegetais que ganham vida através da realidade aumentada. Dessa forma, a obra também aborda a diversidade de imagens técnicas que compõem nossas noções de natureza e paisagem.

    Em frente ao Planetário do Ibirapuera, Eder Santos posiciona a pirâmide chamada Ouragualamalma (2023). A pirâmide é uma ligação entre o céu e a terra, uma arquitetura que conecta ambos, é uma imagem ancestral que se refere tanto a uma realidade anterior à colonização, quanto a uma realidade decolonial.

    Como acessar a mostra do MAM

    Como a proposta da experiência do museu é brincar com o real e o virtual, o visitante precisa estar fisicamente no Parque do Ibirapuera, mas fará o acesso às obras por meio de uma plataforma criada especialmente para a mostra pelo estúdio Museu.io. O conjunto de obras em realidade aumentada foi instalado em diferentes pontos do Ibirapuera por meio de georreferenciamento e pode ser acessado pelo celular, no melhor estilo Pokémon Go.

    Não é necessário fazer download para acessar, pois ela está integrada ao site do MAM e também pode ser acessada pelo celular direto no link http://mam.org.br/realidades.

    Existem diferentes formas e trajetos para realizar a visita. É possível percorrê-la a pé, de bicicleta ou utilizando o Ibira Tour, um passeio realizado em carrinhos elétricos com guias da Urbia. Mais informações estão disponíveis no site da empresa.

    Dentro do Parque, também há sinalizações físicas instaladas próximas às obras para auxiliar o percurso dos visitantes.

    Serviço – Exposição Realidades e Simulacros do MAM São Paulo

    A exposição Realidades e Simulacros faz parte da programação em comemoração aos 75 anos do MAM e aos 30 anos do Jardim de Esculturas. Durante o período da exposição, serão realizadas atividades adicionais, como visitas guiadas e oficinas baseadas nos temas e obras.

    • Período da exposição: até 28 de janeiro de 2024
    • Local: nas proximidades do Jardim de Esculturas, Praça da Paz e área dos Lagos do Ibirapuera
    • Endereço: Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº – Entrada pelos portões 1 e 3
    • Valor: entrada gratuita
    • Mais informações: http://mam.org.br/realidades


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