O que é XMP?
No mesmo ano em que chegaram ao mercado, as memórias DDR3 foram contempladas com uma nova tecnologia desenvolvida pela Intel, o XMP, sigla para Extreme Memory Profiles. O primeiro módulo de memória compatível com esse recurso foi anunciado pela OCZ em 2007.
Como comentamos mais acima, o XMP é uma maneira de facilitar o processo de overclock da memória RAM, além de tornar o processo mais seguro e fora totalmente do padrão tentativa/erro que é um cenário completamente comum no overclock manual, em que o usuário que ajustar de forma individual frequência, latência e tensão, o que deixa a operação como um todo bem mais complexa, ainda mais se estivermos falando de uma subida de clock bem agressiva.
Com o XMP há esse mesmo conjunto de definições que teriam que ser ajustadas de forma manual, mas é entregue tudo de forma automática, ao setar o perfil XMP, a memória (ou o kit instalado na máquina) teoricamente passará a operar daquela maneira. Graças ao XMP os fabricantes de RAM conseguem vender módulos que vão muito acima do que é padronizado pela JEDEC, organização responsável pela padronização de dispositivos semicondutores.
Caso o perfil XMP não seja habilitado, a memória RAM irá operar com o padrão da JEDEC.
Tudo ocorre de forma bem prática, basta apenas acessar a BIOS e escolher algum dos perfis disponíveis. Mas antes de mostrarmos como ocorre esse processo de configuração do perfil XMP é necessário esclarecer mais alguns pontos sobre esse recurso.
Beleza, você entendeu por alto como funciona o perfil XMP, vamos agora nos aprofundar um pouco mais no tema.
Durante o processo de boot, que é iniciado assim que você liga o computador, uma das atribuições é a leitura dos parâmetros especificados no módulo de memória RAM. Esses parâmetros, isto é, todas as características técnicas definidas sobre a forma como aquela memória RAM irá operar, ficam armazenadas num chip EEPROM, esse chip é conhecido como SPD (Serial Presence Detect).
Os módulos de RAM têm, a partir da DDR3, pelo menos 256 bytes para armazenar as informações do SPD. As informações referentes ao que é estipulado pela JEDEC ficam nos primeiros 64 bytes, o XMP explora espaço entre 176 a 255 bytes.
Dentre as informações que esse chip armazena estão: códigos de identificação do módulo, detalhes sobre a frequência, tempos de acesso e CAS latency. Esse conjunto de especificações que será lido durante o processo de boot fará com que a memória RAM opere com aqueles parâmetros. No caso de um módulo compatível com XMP, mas que está com o recurso desativado, o que será lido são as informações referente ao que foi estabelecido junto a certificação da JEDEC.
Quando você realiza a ativação de algum do perfis XMP disponíveis no seu módulo ou kit o que acontece são perfis especiais, com configurações bem acima do padrão JEDEC, ativando aquele salto na frequência de operação da memória.
Há também duas classificações distintas relacionadas ao XMP: Certified e Ready. Módulos Certified tiveram seu funcionamento verificado diretamente pela Intel, já o XMP Ready, esse processo de teste coube somente ao fabricante da memória, sua equipe de engenheiros definiram os parâmetros e realizaram os testes de estabilidade, porém não foram submetidos diretamente à Intel.
Agora vamos pra uma parte nada legal. O XMP também exige um pouco de sorte. O objetivo do XMP é que os módulos operam com aquilo que foi definido pelos fabricantes, mas isso nem sempre ocorre, principalmente em módulos que operam com frequências bem elevadas.
Como o controlador de memória está presente no processador – é ele que determina, por exemplo, qual tecnologia de memória RAM (DDR3, DDR4, etc) sua máquina irá suportar, a forma como o XMP irá performar tem relação total com a sua CPU, e por mais que você esteja usando um processador super poderoso, pode ocorrer variações bruscas de performances com o mesmo processador, tudo depende de… sorte, isso mesmo, se o controlador interno de memória (Integrated Memory Controller) daquele seu processador é bom ou não.
Você pode ter dois CPUs de part number idênticos (mesmo modelo), tendo um controlador excelente (com ótima habilidade para operar em 4200 Mhz ou até mais), ou mesmo incapaz sequer de “bootar” a 3600 Mhz (dizemos, um CPU de IMC ruim), explica Buassali.
Vale destacar que essa capacidade do overclock automatizado via perfil também pode ser ativado numa plataforma com processador e placa-mãe voltada para AMD. A operação é semelhante, mas o nome que costuma ser chamado é diferente: AMP´(AMD Memory Profiles).
Como ativar o perfil XMP?
Bom, após todos esses esclarecimentos sobre o que é e como funciona os perfis XMP chegou a hora de ver como ativar esse recurso em um módulo de RAM e placa-mãe compatível.
Para esse procedimento, utilizamos o kit de memória Hyperx Predator RGB de 16 GB (2x 8GB) em conjunto com a placa-mãe X370 XP-SLI. O processador é o Core i7-8700K. Antes de entrarmos na BIOS e realizar o processo de ativação do XMP, iniciamos normalmente o PC e abrimos o CPU-Z, que revela algumas informações interessantes sobre o tema que vale a pena mencionar.
Na aba SPD do CPU-Z temos informações completas sobre as diferenças entre os perfis de operação definidos pela JEDEC e os que foram implementados pela HyperX, via perfis XMP. Repare que nas duas últimas fileiras da sessão Timings Table, temos o perfil XMP-2936 e o XMP-2666. Na BIOS poderemos ativar um desses dois para que a memória adote como o padrão para seu funcionamento.
Para ativar o XMP a primeira coisa a ser feita é reiniciar o computador e acessar a BIOS. No caso desse modelo da placa-mãe que estamos utilizando, a opção para encontrar o XMP é a primeira, Advanced Frequency Memory.
Na parte inferior da página, há a sessão Extreme Memory Profile (X.M.P), repare que está Disabled (desabilitado). Ao clicar, surge Profile 1 e Profile 2, ambos com configurações distintas para o funcionamento da RAM. No Profile 1 a memória passa a operar em 2933 MHz, enquanto no Profile 2 ela vira 2667 MHz.
Após definir a configuração adequada e salvar, a máquina será reiniciada já com o padrão XMP estabelecido.