Smoke122 Postado Novembro 19, 2023 Postado Novembro 19, 2023 É muito comum que franquias com décadas de história recorram à nostalgia frequentemente para agradar o público antigo. Não é de hoje que a SEGA inclui diferentes fases ou cenas nos jogos do Sonic que remetem a outros títulos da série, algo que também acontece em Sonic Superstars. A insistência em apostar na nostalgia não é um problema em si. Como um fã de longa data de Sonic, fiquei muito animado ao ver resquícios de um cenário clássico do primeiro jogo em fases maravilhosas do título 2D mais recente da franquia, em que há uma série de molas e dispositivos de pinball em um ambiente que remete a um cassino. O problema ocorre quando o saudosismo representa o que há de melhor em um game inédito. Talvez você se anime com o que será dito agora, mas não é, exatamente, um elogio: Sonic Superstars é uma ótima nova opção para quem quer ver conceitos tradicionais da série implementados em um novo contexto no qual os personagens e os cenários estão lindos. Contudo, não há muito mais do que isso no título inédito. Por exemplo: quando Superstars foi anunciado, muitos jogadores se animaram com a possibilidade de jogar o game junto de outras pessoas cooperativamente. De fato, as imagens de Sonic, Tails, Knuckles e Amy juntos em ação eram promissoras. No entanto, na prática, o modo co-op se torna um tanto frustrante quando você percebe que a principal dificuldade está em manter até quatro personagens próximos uns dos outros. Se uma das pessoas que está jogando sai correndo e deixa as outras para trás, alguma delas será teletransportada para perto da outra, e isso tira a sensação de controle sobre o personagem escolhido. Também há outro modo que envolve mais jogadores, o Modo Batalha. Nele, diferentes pessoas competem, online, em minigames que rendem pontos. Ao final, quem tem mais pontos vence o Torneio. Isso até é legal na primeira vez que você joga. Na segunda, já começa a parecer um tanto repetitivo. Na terceira, a preguiça vem forte. Para não dizer que todas as tentativas de inovação fracassaram, devo reconhecer que a utilização das Esmeraldas do Caos nesse jogo foi inteligente. No caso, cada Esmeralda do Caos conquistada garante uma habilidade especial. Existe a Esmeralda que transforma o personagem do jogador em água, por exemplo, além de Esmeraldas que permitem invocar um exército de clones ou mesmo desvendar itens escondidos. Se, por um lado, essa escolha de dar importância a cada Esmeralda do Caos individual merece admiração, por outro, é uma pena que jogadores não sintam necessidade real de utilizá-las para passar de fase. É plenamente possível conquistar os poderes de cada Esmeralda e depois... Se esquecer de que você tem esses poderes. Há ainda a questão de que todas as Esmeraldas do Caos, assim como no primeiro jogo do Sonic e em tantos outros, são opcionais. Então, você pode simplesmente ignorar os grandes anéis brilhantes que garantem acesso às fases bônus nos quais se conquista as Esmeraldas do Caos — mas devo dizer que as fases bônus estão bem divertidas, principalmente, por incrível que pareça, jogando em grupo, já que, a cada movimento, o personagem que persegue a Esmeralda do Caos muda. É excelente que a SEGA não tenha abandonado para sempre os jogos 2D do Sonic, que são os favoritos de grande parte dos jogadores. Os personagens estão lindos, os cenários são coloridos e inventivos, há muito o que se explorar em cada fase, não faltam caminhos alternativos para percorrer e existem camadas diferentes dignas de atenção, quase como se as fossem divididas em andares. Além disso, a maneira como a história é contada é absolutamente cativante. Todos os pontos positivos dos jogos antigos do Sonic estão em Sonic Superstars. Só é uma pena que as inovações sejam tão limitadas. Os poderes garantidos pelas Esmeraldas do Caos são algo positivo a se destacar, mas, de resto, não há nada de muito especial. Posso fazer parte de um grupo minoritário quando digo que me animo mais com o futuro do modelo apresentado em Sonic Frontiers do que com os próximos jogos 2D do Sonic, mas esse é exatamente o caso. A obsessão com nostalgia em relação ao mascote da SEGA já serviu como desculpa por tempo demais. Espero que a franquia seja mais ousada de agora em diante.
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