No final do ano passado, o Google anunciou o “Projeto Sandbox”, que tem como objetivo, entre outras coisas, remover cookies de terceiros para usuários que utilizam o Chrome para navegar na internet.
O ano mudou e, junto com as comemorações, o projeto da gigante de Mountain View já está em andamento (via Gizmodo): desde hoje (5), cerca de 30 milhões de usuários – ou 1% da base, selecionados aleatoriamente – viram seus navegadores ficarem mais leves e seguros, com menos compartilhamento de dados entre empresas.
Os “cookies” são pequenos arquivos que armazenam informações de navegação relacionadas a um site. Eles podem ser usados para armazenar o conteúdo de um carrinho de compras ou confirmar que você está logado enquanto navega em páginas de uma plataforma fechada, por exemplo. Além disso, os cookies podem ser usados para criar um perfil dos seus hábitos de navegação, o que pode ser considerado uma questão de privacidade por algumas pessoas.
O problema é que além da questão ética – onde esses dados podem ser compartilhados entre empresas para fins de publicidade direcionada, por exemplo – os cookies também podem ser explorados por hackers, que podem roubar essas informações e utilizá-las para diversas ameaças cibernéticas, desde acessar perfis em redes sociais até realizar compras em lojas virtuais.
O Projeto Sandbox do Google visa combater parte desse problema. Além de impedir – ou pelo menos tentar impedir – o mau uso por parte de hackers, a iniciativa agrupa os usuários de acordo com seus interesses, obtendo essas informações a partir do histórico de navegação (o Chrome sendo do Google, não precisa dos cookies para obter esses dados). Esses grupos serão os que receberão anúncios personalizados de empresas parceiras, sem a necessidade de aceitar cookies ao navegar em suas respectivas páginas.
Além disso, o Google afirma que os dados coletados são armazenados no próprio dispositivo em que o Chrome está instalado – se você navegar pelo celular e pelo desktop simultaneamente, os dados de um não se misturam com os dados do outro. De acordo com a empresa, esses dados são armazenados por no máximo três semanas antes de serem substituídos por versões mais recentes, ou apagados completamente caso você deixe de usar o Chrome.
Naturalmente, o projeto em si não está isento de críticas: reguladores nos EUA afirmaram que essa prática pode tornar o Google ainda mais poderoso, uma vez que tanto o navegador de navegação (o Chrome, no caso) quanto o sistema de coleta de dados pertencem à empresa. Essas questões ainda estão em discussão e, por isso, apenas uma seleção de usuários foi escolhida para esta primeira etapa.
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