A Proton, uma empresa que oferece serviços com foco em privacidade, lançou recentemente um verificador de e-mail que utiliza a tecnologia blockchain, chamado de Key Transparency. Essa é a primeira vez que a empresa investe nessa tecnologia, que é amplamente conhecida por sua associação com as criptomoedas, mas que, neste caso, não possui nenhuma relação com esquemas de fraude, de acordo com o CEO e fundador do Proton Mail, Andy Yen.
Em uma entrevista recente, Yen, que também é estudante de criptografia, explicou que o Key Transparency é “blockchain na forma mais pura”. Ele permite que a plataforma resolva o problema de garantir a propriedade correta de cada endereço de e-mail.
Atualmente, o Proton Mail possui mais de 100 milhões de usuários, incluindo desde pessoas comuns até líderes mundiais, executivos e ativistas, todos em busca de garantir que seus e-mails cheguem ao destino correto.
Embora o serviço de criptografia ponta a ponta assegure que apenas o destinatário pretendido possa ler as informações da mensagem, utilizando a chave pública do destinatário e a chave privada correspondente, o problema é garantir que essa chave pública pertença realmente ao destinatário.
“Pode ser que a NSA tenha criado uma chave pública falsa associada a você e, de alguma forma, eu seja enganado a criptografar os dados com essa chave pública”, disse Yen à Fortune.
Na área da segurança da informação, esse tipo de tática é conhecida como “ataque man-in-the-middle”, que seria semelhante a um funcionário dos correios abrindo seu extrato bancário, obtendo seu número de previdência social e, em seguida, fechando-o novamente.
Como o blockchain pode dificultar o trabalho de agências de espionagem
Os blockchains são livros de registro imutáveis, ou seja, os dados inseridos inicialmente não podem ser alterados. Isso torna o trabalho das agências de espionagem mais difícil.
Ao inserir as chaves públicas dos usuários em um blockchain, Yen percebeu que seria possível criar um registro confiável que garantisse a propriedade dessas chaves e que elas fossem verificadas sempre que outros usuários enviassem e-mails. “Para que a verificação seja confiável, ela precisa ser pública e imutável”, explicou.
O Key Transparency, atualmente em versão beta, utiliza um blockchain privado próprio desde seu lançamento. No entanto, a Proton planeja migrar para um blockchain público após a versão atual servir como prova de conceito (PoC), de acordo com Yen.
O recurso do Key Transparency funcionará automaticamente para os usuários do Proton Mail, garantindo que a chave pública corresponda ao destinatário pretendido por meio de uma pesquisa. Caso não haja correspondência, os usuários serão alertados.
Embora Yen reconheça que esse recurso é mais direcionado a usuários específicos e não necessariamente voltado para usuários comuns, ele menciona que serviços como o Proton Mail estão começando a despertar interesse entre aqueles que fazem uso dos principais serviços de e-mail, como o Gmail, que rastreia o comportamento do usuário. “É uma forma de optar por sair da vigilância em massa que é predominante na Internet hoje em dia”, afirmou. “É por isso que o usuário comum deve tomar a decisão de mudar.”
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