Em seus sonhos mais perturbadores, todo admirador de Silent Hill sempre desejou retornar a Silent Hill 2. Afinal, é um lugar especial.
E assim como James prometeu a Mary que a levaria de volta a essa cidade, a Konami também indicou essa possibilidade há muito tempo. E finalmente, chegou o dia.
É claro que todos estavam com receio. Principalmente por causa do primeiro trailer, que foi duramente criticado na internet no início do ano. E se você se colocar no lugar de James Sunderland durante as cerca de 16-18 horas desta aventura, imagine também como deve ter sido a reação da Bloober Team ao ver essas reações. Ao pensar que os fãs não queriam esse retorno à casa.
Mas a empresa foi resiliente, mostrou confiança em seu trabalho e garantiu que o remake de Silent Hill 2 seria “fiel ao original”. Com novidades e modernizações, é claro, para torná-lo mais próximo da realidade atual, mas honrando a história que conquistou o mundo no início dos anos 2000, mesmo com sua atmosfera extremamente pesada e assustadora.
Bom, é ótimo poder dizer que, sim, essa promessa foi cumprida. Tivemos momentos incríveis juntos.
Uma declaração de amor
Entenda o que vou dizer: volte para o meu coração! Não, calma, essa é outra declaração. Mas já que Silent Hill 2 tem como base uma mensagem enviada pela falecida esposa ao protagonista, desencadeando uma série de eventos que parecem misturar realidade e fantasia, não há uma maneira melhor de descrever esse remake do que: uma declaração de amor.
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Aos fãs, à franquia, ao gênero. Silent Hill 2 é, sem dúvida, a principal referência do que Alone in the Dark (que também teve um remake recente) estabeleceu em termos de terror psicológico nos jogos. Resident Evil, é claro, também bebe dessa fonte, assim como todos os outros jogos de horror que surgiram depois, mas nenhum deles mexe tanto com a mente perturbada de James Sunderland.
E aqui o editor precisa fazer uma observação: Silent Hill 2 para mim era como caviar – nunca vi, nunca provei, só ouço falar. Como um adolescente medroso, não joguei o original – e nenhum jogo desse estilo – na era do PlayStation 2. Mas sempre recebi ótimas referências e, ao longo dos anos, minha curiosidade foi aumentando. Especialmente depois de desenvolver um gosto maior por conteúdo de terror graças à Série A Maldição da Residência Hill.
Portanto, quando o remake chegou, tive a certeza de que era a oportunidade perfeita para preencher essa lacuna em minha “experiência de jogos”. E não poderia ter sido melhor. Silent Hill 2 é realmente “tudo isso”. Não foi à toa que a Konami e a Bloober Team escolheram esse jogo e não o primeiro da série para este projeto – no qual as empresas realmente acertaram.
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Vamos falar da história primeiro: o enredo segue fielmente ao do original, incluindo todos os seis finais – incluindo o do cachorro e o dos alienígenas. No entanto, há algumas pequenas alterações – além de duas conclusões inéditas. Alguns enigmas não estão no mesmo lugar, outros são um pouco diferentes, o que torna o jogo mais dinâmico para os antigos fãs.
Se você acha que vai simplesmente chegar e fazer tudo o que lembrava de 2001, esqueça. Sim, James ainda passa pelos mesmos lugares (como o conjunto de apartamentos, o hospital, a sociedade histórica, a prisão, e assim por diante), encontra os personagens tradicionais (como Laura e Maria, que já apareceram até nos trailers) e enfrenta batalhas épicas com chefões como o Pyramid Head e o Lábio de Carne – e até mesmo os sustos com inimigos “comuns” estão lá.
Falando em enigmas e combate, esses são os grandes destaques da jogabilidade de Silent Hill 2, e a Bloober Team se esforçou bastante para oferecer uma experiência desafiadora e intensa em ambos os aspectos. É possível personalizar a dificuldade dos enigmas e das batalhas (por exemplo, enigmas mais difíceis e batalhas mais fáceis, ou vice-versa), o que torna o jogo bastante acessível para quase qualquer pessoa.
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A dinâmica é simples: James precisa explorar Silent Hill para tentar encontrar Mary. Para isso, ele precisa resolver diferentes tipos de enigmas, interagir com outras pessoas que estão na cidade e enfrentar monstros assustadores que dominam o local. E como você faz isso vai influenciar o que acontece no final da história. Será verdade? Coisas da mente de um homem em luto? Morte? Vida? Você vai descobrir e interpretar como quiser.
Também é importante mencionar o quão maravilhosa é a ambientação do jogo. A combinação de neblina, efeitos sonoros, música, ambientes escuros, inimigos assustadores e uma história aparentemente desconexa é praticamente perfeita. Existem apenas alguns probleminhas de desempenho, como quedas de quadros por segundo em alguns momentos, e a falta de dublagem em português do Brasil como pontos negativos. No entanto, nada que afete gravemente a experiência.
Mas agora, esta análise já está longa demais. É hora de dizer adeus.
Silent Hill 2: vale a pena?
Como melhorar uma obra aclamada há duas décadas? Ao mesmo tempo que trabalhar com um jogo como Silent Hill 2 pode ser um sonho, uma grande oportunidade e, de certa forma, até “fácil” por ter uma base de fãs garantida, por outro lado é uma grande responsabilidade. Mas a Bloober Team não fugiu dessa responsabilidade. Encararam seus medos, se aventuraram na neblina e saíram da cidade tranquilos, conquistando tanto os antigos quanto os novos fãs deste clássico do terror psicológico.
Afinal, o jogo está com a aparência de um lançamento AAA de 2024 para o PlayStation 5. Os gráficos são muito bonitos, como já vimos no último trailer, a imersão com o DualSense é incrível (vibração, feedback tátil, sons) e a trilha sonora é uma obra de arte. Um pacote completo, honrando tudo o que foi dito sobre Silent Hill 2 ao longo dos últimos vinte anos: realmente é uma obra-prima. Beira a perfeição. E você até pode deixá-lo com a cara da época do original, se assim desejar.
O remake de Silent Hill 2 será lançado em 8 de outubro para o PS5 e já está disponível para pré-venda na PlayStation Store. Se você tem um carinho especial pelo original ou deseja vivenciar essa experiência pela primeira vez, ciente de tudo o que o jogo envolve, não há dúvida de que vale muito a pena. Afinal, agora ele tem oito finais diferentes. Ou seja, o fator de replay será alto, caso você não se importe em jogar a mesma história várias vezes – mas agindo de maneira diferente em cada uma delas.
Bloober e Konami, vocês me fizeram feliz.
“GGames abraça o universo Playstation com paixão, mergulhando nas profundezas da jogabilidade, enredos envolventes e gráficos deslumbrantes em busca da melhor experiência de gaming.”
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