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Os melhores no Brasil em 2018 (6) – Pancc: A revelação inabalável


Renato Ribeiro

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Determinação e autoconfiança são dois dos pontos que um jovem jogador precisa para apostar numa carreira no Counter-Strike nacional. Fillipe “Pancc” Martins não foge à regra, o jogador de 20 anos teve um sucesso estrondoso após se juntar a W7M Gaming em março de 2018, mas sua carreira foi marcada por uma subida gradual de patamar nos dois últimos anos.

Filipe nasceu no Rio de Janeiro e se aproximou dos jogos por influência da família que desde muito cedo jogava, enquanto que ele ainda criança observava. O gosto pela música também moldou de alguma forma as escolhas do jogador, que se baseou na banda Panic! at the Disco para escolher o nome que ganharia a boca do público em 2018.

 

Pancc começou a jogar CS:GO em 2016 com 18 anos, despertando sua veia competitiva poucos meses depois, ao entrar para a Infinity Gaming no início de 2017. Lá a carreira do jogador começou com companheiros que ficariam ao seu lado por uma longa data, Ivan "sppray" Miranda, Caique "faintz" Melia e "Gabriel "crt" França, os últimos dois hoje atuando na YeaH!

A equipe começou a se mostrar em classificatórios online até garantir vaga no Festival de Games ITX Gamer Cup 2017, que aconteceria em São José dos Campos, no estado de São Paulo, sendo o primeiro presencial da carreira do jovem jogador. Em tal oportunidade, a então Infinity Gaming faria uma campanha de encher os olhos vencendo a hookahlike na semifinal, mas caindo diante da poderosa Team One na decisiva pelo título. Tudo isso logo no primeiro mês de Pancc na equipe.

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O curto período de tempo também apresentaria um excelente desempenho online, subindo para a Liga Profissional da Gamers Club ainda em julho daquele ano. Mais um vice em outro presencial viria mais tarde em outubro num torneio em Sorocaba, organizado pela Votogames, onde perderam para a C4 Gaming.

Mesmo estando na divisão máxima do Counter Strike nacional, a Infinity não passava de campanhas modestas na Liga Pro, até seu tempo de maturação e a entrada de Victor “remix” Monteiro acontecerem. Já em janeiro de 2018, conseguiram chegar na semifinal da Liga Pro, batendo na fase de grupos grandes equipes como a FURIA Esports, que mais tarde se mudaria para os Estados Unidos.

Passo importante para a profissionalização veio logo no outro mês, quando a AVALANCHE, organização de Alessandro "Apoka" Marcucci resolveu contratar a equipe.  Por mais que nenhum título viesse neste período, Pancc se destacava individualmente, sempre mantendo números acima da média do restante do quinteto.

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No dia 30 de março a W7M anunciaria a contratação de Pancc, após enviar Thiago "tifa" França para o banco de reservas dias antes. O jovem jogador chegava cheio de moral e sendo a grande aposta da organização, que enxergou seu desempenho individual na Liga Pro como diferencial.

Não demorou até cumprir com as expectativas, tendo uma campanha razoável durante a LA League Season 1. Vale lembrar que a primeira parte do ano marcou uma fase de reestruturação da W7M, que havia acabado de passar alguns meses dominando o cenário, mas sofreu no início do ano, antes da entrada de Pancc.

O ano do jogador junto da W7M também foi de altos e baixos, o vice na Liga Pro de junho e a queda de divisão em julho, logo após ter se desfeito de um membro de longa data da organização, Lucas "luk" Soares, balançaram as estruturas novamente, mas não demorou até voltar a encaixar, chegando nas semifinais em setembro.

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AGOSTO E SETEMBRO ANIMADORES

A queda para a Liga Principal pareceu dar uma injeção de ânimos em Pancc. O mês de outubro trouxe o classificatório presencial para a Gamers Club Masters que aconteceu na Power Lounge em São Paulo. Lá o carioca foi o grande destaque terminando com um absurdo 1.85 de rating, logo num presencial de larga escala nacional.

Ainda no mês, os búfalos garantiriam vaga nas finais da Logitech G Challenge.

Em setembro o vice na Aorus League Season 3 e chegar até as semis da Liga Pro animou ainda mais o time, que enxergava o mês seguinte como decisivo para a temporada.

A W7M, e principalmente Pancc, queria mais. A Brasil Game Cup corou o ano do jogador, em outubro. A vitória contra a Team Wild solidificou o status de equipe de topo do cenário, após uma MD5 apertada e numa das melhores disputadas no ano.

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O quinteto teria então uma difícil decisão a fazer, também haviam garantido vaga na final da Logitech G Challenge, torneio disputado também durante a Brasil Game Show. A organização do evento havia preparado um showmatch entre a campeã da BGC e a MIBR, pancc e toda a W7M decidiram abrir mão do torneio da Logitech para enfrentar melhor equipe do Brasil.

Pancc foi o grande destaque  de sua esquadra neste confronto, ganhando uma, ainda maior, abrangência dentro do cenário local e bons olhos das equipes brasileiras de fora.

O título da Brasil Game Cup e a experiência de jogar contra uma das melhores equipes do mundo revigorou ainda mais a determinação de pancc, que viu novamente oportunidade de brilhar, dessa vez na Gamers Club Masters, maior torneio nacional do ano, em Sorocaba, na sede da GC.

Um animador 16 a 0 na estreia, uma vitória apertada contra a INTZ no segundo jogo e a vitória contra a Wild colocaram a W7M na grande final com grande expectativa de vitória. Porém, num jogo um pouco atípico, a Wild garantiu a revanche e conquistou o título, era o terceiro vice do ano.

Passado o tempo de ápice, a W7M bateria na trave por vezes no restante do ano. Classificatório do Minor das Américas, WESG, GAMECON, a equipe caiu nas semifinais em quase todos os torneios que disputou, uma das exceções foi a Liga Pro de dezembro, onde foram novamente vice.


MAIS IMPACTANTE QUE OS PRÓPRIOS NÚMEROS

Pancc caracteriza seu estilo de jogo com poucas palavras, mas que mostram muito sobre sua personalidade, "eu gosto de ver sempre a maior quantidade de inimigo por round (...) ou eu avanço, ou fico muito perto de onde pode ter guerra".

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Com tal forma agressiva e de sempre buscar o jogo, Pancc ganhou destaque durante todo o ano com grande impacto nas rodadas. Apesar dos bons números, é fácil dizer que o jogador aparece mais durante o jogo do que as próprias estatísticas demonstram. Num estilo parecido com o que Fernando "fer" Alvarenga fazia na antiga SK, Pancc abre muito espaço para sua equipe com informação, por ter essa abordagem na maioria das rodadas.

Mesmo sem a W7M ter mantido uma fase vitoriosa durante a temporada, o jogador se destacou nos eventos com estatísticas expressivas. Oito EVPs auxiliaram na subida em nossa lista, o MVP do classificatório paulistano da GC Masters também auxiliou, com 1.85 de rating. Apesar disso, Pancc obteve um dos menores índices de rating entre o top 10, cerca de 1.09, porém foi o terceiro em disputas 1v3 e o segundo nos clutches 1v2, elucidando ainda mais o tamanho de seu impacto.

Outro ponto de destaque é a porcentagem de headshot, cerca de 56.5% durante toda a temporada.

Mesmo caracterizando seu ano como o melhor da vida, é fácil dizer que Pancc queria mais em 2018. Determinado e autoconfiante o inabalável carioca terá a chance de mostrar ainda mais em 2019.

Fonte: Draft 5

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