Chuva das últimas semanas deixa 50 mil pessoas fora de casa em Minas
Boa parte dos desabrigados está em escolas públicas. Muitos ainda vivem sem previsão de quando vão poder deixar os abrigos improvisados.
Subiu para 59 o número de mortos nas chuvas de Minas Gerais. O corpo de uma mulher que estava desaparecida há quatro dias foi encontrado neste sábado (8) em Santana do Riacho, na região central do estado. E, por causa dos temporais, que começaram no início do ano, mais de 50 mil pessoas estão fora de casa.
Colocar de pé o que a chuva levou. Retirar a lama que veio com a enchente. Na escola de Sabará, o quadro, está limpo. O prédio virou abrigo para quem perdeu tudo. O pedreiro Altair Antônio de Barros e a mulher chegaram depois que a casa deles foi alagada. “Não tenho para onde ir porque o pessoal lá, os familiares lá perto da gente, está todo mundo arrasado, todo mundo na mesma situação. Alguns conseguiram recuperar suas casas, mas estão com medo de morar lá por causa das chuvas”, disse Altair.
O cabeleireiro Anderson Borges Cruz só conseguiu pegar a muleta e a bolsa com remédios. Ele acredita no recomeço: “a única coisa que temos no momento é a esperança e a fé de melhorar, de parar de chover, de poder voltar para casa e conseguir algo melhor”.
A prefeitura de Sabará afirma que está fazendo obras em um imóvel para receber os desabrigados que estão em escolas. Outra opção seria pagar o aluguel, mas há poucos imóveis disponíveis na cidade. “A gente avaliou, a gente tem feito essa consulta diariamente. Nós teríamos quatro imóveis só que atenderiam o critério do aluguel social”, destacou Nívea Soares da Silva, secretária de Desenvolvimento Social/ Sabará.
A cidade de Raposos foi uma das mais castigadas pelos temporais na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Quase metade da população sofreu de alguma forma as consequências das enchentes. E quem teve que deixar a casa enfrenta uma situação ainda mais complicada. É que muitos imóveis no município que poderiam ser ofertados por meio do aluguel social foram construídos em encostas e, segundo a prefeitura, depois de tanta chuva fica difícil garantir que muitos desses locais estejam seguros.
“A gente está num labirinto porque para cada lado que a gente corre, a gente vê que não tem uma saída. Nós estamos avaliando a demanda real de aluguel social e nós estamos descobrindo que não existem esses imóveis”, disse a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Mota.
Boa parte dos desabrigados também está em escola pública. As aulas não devem começar tão cedo. A dona de casa Gislene Silva Pereira não tem ideia de quando vai ter um cantinho só para ela: “eu já estou querendo. Doida para ir para a minha casa. Vamos ver, Deus sabe o que faz”.
A família do Cauã, de 5 anos conseguiu aluguel social. “A gente saiu às pressas porque não teve condição dele ficar lá. A casa está lá, abandonada, toda cheia de lama”, contou a professora Maysa Pereira Fialho. O caso dele é considerado prioridade. Ele vai fazer uma cirurgia no coração.
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